Um despacho assinado pelo próprio ministro Orlando Silva (Esporte) foi providencial para que um convênio com uma ONG do policial militar João Dias Ferreira não fosse cancelado. Segundo matéria do jornal Folha de S. Paulo, em julho de 2006, o titular decidiu reduzir o valor que a ONG do delator precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo – fixou em 6%, quando o porcentual médio cobrado das demais entidades era de 30%. Segundo a Folha, o primeiro convênio assinado com outra ONG do policial (Federação Brasiliense de Kung Fu), em 2005, previa contrapartida de 22%, mas foi reprovado pela área de fiscalização em abril de 2006. A equipe técnica da pasta verificou irregularidades na execução do primeiro convênio e vetou sua renovação. Para contornar o problema, o policial reapresentou o mesmo projeto com outra ONG, a Associação João Dias, que recebeu o benefício da redução do valor a ser aplicado. Em seu despacho, o ministro argumenta que fixou a taxa em 6% para atender a uma sugestão da área técnica da pasta, mas o parecer dos técnicos não faz nenhuma sugestão e diz apenas que o ministro tinha autoridade para decidir o que fazer. Em dezembro de 2007, vistorias feitas pelo ministério descobriram que a Associação João Dias também fraudou o segundo convênio. Folha de São Paulo.
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