O terceiro candidato mais votado para senador do Amapá, Gilvam Borges (PMDB), admite que já está "limpando as gavetas" de seu gabinete na Casa. O segundo mais votado do Estado, João Capiberibe (PSB), havia sido impedido de tomar posse no Senado por ter se enquadrado nos critérios de inelegibilidade da lei Ficha Limpa, mas a decisão de quarta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou a aplicabilidade da lei para as eleições de 2010, e Capiberibe poderá requerer o mandato de Gilvam Borges.
"A decisão do STF não tem mais o que questionar, os recursos se exauriram, e agora é cumprir o que ele determinou. Já estou limpando as gavetas, tirando os quadros e me preparando para ir. Vou trabalhar no meu Estado, anunciar que estou de volta e ter um convívio mais intenso junto à população. Agora é resignação e definição. Para frente é que se vai", disse Borges, em tom de resignação.
O senador deu sinais de que já conhecia o destino da votação, que, antes de o ministro Luiz Fux ocupar a cadeira deixada por Eros Grau no STF, ficou empatada em cinco votos a favor e cinco contra a aplicação para as eleições de 2010. O voto de Fux nunca havia sido declarado publicamente antes da sessão de ontem, o que aumentava a esperança por um desempate favorável à aplicação imediata da lei.
"Nos bastidores, sabíamos que as dificuldades seriam muitas, a movimentação política foi muito intensa e sabemos que a posição partidária foi decisiva. Não houve 100% de frustração porque estávamos nos bastidores acompanhando e participando e pudemos perceber que as coisas já estavam predeterminadas antes mesmo da votação", afirmou. O candidato do Amapá mais votado em 2010 para o cargo de senador foi Randolfe Rodrigues (Psol), que tomou posse.
Tramitam no STF mais de 30 recursos de candidatos barrados pela lei da Ficha Limpa. Um dos mais conhecidos é o do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que, por conta da lei, desistiu de concorrer às ultimas eleições pelo executivo local e indicou sua mulher, Weslian Roriz, no seu lugar. Roriz foi tema do primeiro recurso sobre o caso a ser julgado pelo STF, que terminou por não decidir o destino do político e empatou a votação em cinco a cinco. O mesmo destino teve o recurso de Jader Barbalho (PMDB-PA), candidato ao Senado que também deve pedir o mandato de volta. Atualmente, a cadeira é ocupada pela senadora Marinor Brito (Psol). Fonte: Terra
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